O QUE A GESTÃO SOCIAL TEM A NOS DIZER SOBRE A ECONOMIA SOLIDÁRIA?

UM DIÁLOGO ENTRE HABERMAS E POLANYI

Autores

  • Marilene de Souza Campos Universidade Federal de Viçosa

Resumo

O presente trabalho constitui-se em um ensaio teórico, em que promove um encontro entre  a abordagem habermasiana e a da sociologia econômica de Karl Polanyi  para o estudo da gestão social. Para realizar esta análise, vale-se da abordagem da economia solidária como situação exemplar devido ao seu hibridismo entre o social e o econômico. A gestão social volta-se para um interesse público não-governamental, para a ação não mercantil e não instrumental. Como situar economia e solidariedade? Que características a gestão social partilha com a economia solidária e como a aproximação Habermas-Polanyi pode ser esclarecedora?  Partimos da premissa de que o epicentro da abordagem habermasiana, a teoria da ação comunicativa baseia-se numa compreensão histórica do mercado autorregulado, afinizando com a crítica a este paradigma proferida por Polanyi e Granovetter. O mercado é uma construção social e como tal pode ser descontruída ou reformulada. A cisão entre sociedade e mercado, entre subsistema econômico e mundo-da-vida só faz sentido para Habermas quando referida ao capitalismo. A economia solidária está inserida e envolvida por instituições econômicas e não-econômicas, permeadas por laços societários e solidários; combinando ação instrumental e ação comunicativa, implicando na penetração de aspectos normativos na economia de mercado, partilhando características com a economia solidária.

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Publicado

2022-07-26