03) Relações de Trabalho no Agronegócio: Percepções de Gestores em Duas Organizações Familiares em São Gotardo
Resumo
O objetivo deste artigo foi compreender como se encontram configuradas as relações de trabalho em duas organizações do agronegócio localizadas em São Gotardo (MG), na percepção de seus gestores. Para tanto, foram discutidos tópicos sobre as relações de trabalho, adotado como parâmetro de análise nesta pesquisa as relações desenvolvidas no Brasil segundo modelo de Fleury (1986); e em empresas familiares. Pautando-se em uma abordagem qualitativa, foi realizada uma pesquisa descritiva, nos moldes de um estudo de caso em duas organizações, nas quais 20 gestores foram entrevistados, incluindo-se fundadores, sócios, alta, intermediária e baixa gerência. Quanto aos achados da pesquisa, em relação à questões políticas e econômicas, elas utilizam-se de práticas delimitadas, basicamente, pelas relações de poder estabelecidas no ambiente rural familiar. Sobre as políticas de gestão da força de trabalho, o processo produtivo no campo abarca questões como as mudanças climáticas, fatores sobre os quais os gestores têm pouco ou nenhum controle, exigindo flexibilidade para lidar com a mão de obra. Na organização do trabalho o ritmo da produção, também alinhado a tais condições naturais, demanda que as empresas desse ramo desenvolvam uma capacidade de incharem e se reduzirem com significativa agilidade. Além disso, quanto à instância simbólica, a herança cultural japonesa deixou impressa sua contribuição às diversas instâncias das relações de trabalho estabelecidas no dia a dia de gestores das organizações estudadas.
PALAVRAS-CHAVE: Relações de Trabalho; Agronegócio; Organizações Familiares; Gestor.