AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA SEGUNDO A NOVA CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE

Resumo

A obesidade é uma condição multifatorial cuja avaliação tradicional pelo Índice de Massa Corporal (IMC) apresenta limitações, por não considerar diferenças individuais na composição corporal e na funcionalidade dos tecidos. Assim, novas abordagens propõem incluir medidas antropométricas complementares e sinais clínicos para aprimorar o diagnóstico. Este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a obesidade, de acordo com uma nova classificação que distingue obesidade pré-clínica e clínica. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e exploratória, realizada em uma Unidade Básica de Saúde de Ponta Grossa, Paraná, com 20 adultos de ambos os sexos, entre 18 e 60 anos. Foram coletadas medidas antropométricas (IMC, circunferência da cintura, relação cintura-quadril e cintura-altura) e aplicados recordatórios alimentares de 24 horas. Verificou-se que 85% dos participantes apresentaram obesidade clínica, 100% consumiam ao menos um alimento ultraprocessado por dia e 80% dois ou mais. A relação cintura-altura classificou toda a amostra em risco metabólico, com valores médios de 0,69 para mulheres e 0,75 para homens. Os achados indicam que o alto consumo de ultraprocessados está fortemente associado à obesidade e suas complicações. Conclui-se que a nova classificação permite diagnóstico mais preciso e direcionamento de estratégias preventivas e terapêuticas, contribuindo para políticas públicas e intervenções nutricionais mais eficazes no enfrentamento da obesidade.