02) Roda de Conversa com Crianças sobre Suicídio: Uma Proposta de Educação em Saúde Mental
Resumo
Falar sobre suicídio com crianças, assume uma gama de significações construídas historicamente, sendo reconhecido como um tabu de grandes conotações. Dentre elas, estão presentes a infância como objeto de representações ancoradas na noção de que as crianças são tábulas rasas e devem ser poupadas das contradições e dos vícios sociais, pois caso contrário poderão se tornar imorais pela sua incompletude. No entanto, esforços de diversas áreas científicas tem mobilizado problematizações acerca da representação de crianças e sua participação social, emerge a possibilidade de as crianças ganharem notoriedade nos estudos científicos e, por sua vez, serem consideradas como sujeitos ativos e de direitos, cujo tal princípio é norteador deste artigo. Este estudo objetiva demonstrar a condição ativa das crianças em seus processos de significação da realidade de forma a refletir sobre a necessidade de se pensar uma proposta de educação em saúde mental com foco no suicídio em busca de promover conhecimentos acerca deste fenômeno psicossocial. Para tanto, pensou-se, como estratégia metodológica, a construção de uma roda de conversa com crianças a partir de um roteiro semiestruturado elaborado com base em indicadores empíricos. A roda de conversa sobre o suicídio revela-se como uma fonte educativa de saúde mental. Tal perspectiva sugere pistas para ajudar a pensar a construção de uma proposta educacional em saúde mental que dialogue com o potencial da criança e que valorize a autoria infantil como ponto de partida para o aprendizado e, sobretudo, que aproxime a realidade das crianças, tomando por base seus contextos.
PALAVRAS-CHAVE: Roda de Conversa; Crianças; Educação; Saúde Mental.